Porque a temática da exemplaridade nos remete a livros de auto-ajuda? Porque, ao que parece, a reflexão não está para a leitura de narrativas ficcionais? 
Ao ler as resenhas dos participantes me deparei com situações que me levaram à formular as questões acima. E sabe o que depreendi? Livros considerados de auto-ajuda nem sempre são um convite ao aprendizado. A reflexão nem sempre nos leva a um livro de auto-ajuda. O aprendizado pode estar inserido em uma narrativa ficcional e o entretenimento pode passar longe. Poderia estabelecer aqui "n" combinações para demonstrar a abrangência do significado de modos de leitura e de recepção.
È preciso ter em mente que os sentidos pertencem ao sujeito pensante e, por isso não se pode restringir o caráter exemplar da literatura a uma recepção genérica. O sentidos são únicos e muitas vezes divergem, inclusive, das intenções do autor. A verdade é que não se sabe os recursos imagéticos presentes na mente do leitor. Qual o fio da meada de sua fabulosa imaginação? Qual ponto de vista da sua leitura? Eis o mistério de qualquer narrativa.
Posto que a literatura propõe um ponto de observação privilegiado do cotidiano e da condição humana, a leitura também nos possibilita interpretar a obra à luz de nosso contexto de vida.  È fato. Mas, a literatura não pode e nem deve dar conta de respostas que exigem o exame de nossas próprias consciências. 

A literatura não é um santuário onde se adquire conselhos infalíveis e verdades irrefragáveis ainda que nos possa servir de espelho. Na realidade, é preciso sensibilidade para ver o que há por detrás do espelho e diminuir os ruídos para ouvir a realidade. Sendo assim, não é função da literatura ditar regras de conduta, mas a de ampliar a percepção do mundo.
Ao erguemos os olhos do papel, o que há é enfrentamento e, na narrativa da vida, o que conta é a nossa resposta para a grande questão:  ser ou não ser ?


2 Comments

  1. O que eu li (A lição final), apesar do rótulo "auto-ajuda" é completamente diferente do que eu espero nos livros do gênero. O reserva (Vem ni mim lili demorada), que não deu pra ler, acho que também não é.

    Concordo com você. Narrativas que, para alguns, podem ser apenas ficção, para outros, podem carregar grandes lições.

    Beijos

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  2. Furei de novo!!!
    Ao que parece tenho pré-disposição a não ler alguns temas específicos.... hehehehe...
    Mas relaxa que o de Novembro já tá na mão!!!!
    Beijocas

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