Resenha Fevereiro 2011: Meu pai fala cada m*rda

Meu pai fala cada m*rda, de Justin Halpern (Extra 2)
Tema: Biografia e/ou Memórias / Mês: Fevereiro / Editora: Sextante / Número de págs.: 142

Sinopse: Extremamente divertido e inspirador, Meu pai fala cada m*rda traça um retrato profundo da relação pai e filho e aborda os grandes temas da vida: medo, amigos, estudo, namoro, esporte, família. Uma lição de integridade, amizade e amor. Sem papas na língua.

Ok, ok, eu confesso: comprei esse livro pelo título. Acho que o título é tão inusitado e engraçado ao mesmo tempo [morri de rir só de olhar a capa], que acabou me cativando.  Ah, mas eu já sei o que você está pensando: “Aposto que esse é um daqueles livros sobre a habitual relação de pai e filho, com aqueles diálogos a lá Malhação”. Pois é aí que você se engana, porque o que conta aqui é a mais pura honestidade [doa a quem doer] e qualquer semelhança com o antigo quadro “O super sincero” do Fantástico é mera coincidência.
Meu pai fala cada m*rda é um conjunto de lembranças de Justin Halpern e seu pai, o médico aposentado Sam, sobre vários momentos marcantes na vida de ambos, recheado com as tiradas por vezes sábias, desbocadas, verdadeiras e totalmente bem-humoradas de Sam. De amizade até esportes, de aconselhamentos amorosos a aulas de direção, seja qual for o assunto, o senhor Halpern tem uma resposta filosófica na ponta da língua.
Aí vão alguns exemplos:
“Sobre chorar
‘Não tive problema nenhum em ver você chorar. Minha única preocupação era a meleca que estava saindo do seu nariz. Onde aquilo ia parar? Na sua mão? Na sua camisa? Não ia ser uma boa. Ai, meu Deus, não comece a chorar.’ “ Página 17
“Sobre segurança infantil
‘Não toque naquela faca, você não tem necessidade alguma de segurar uma faca... Não me interessa, aprenda a passar manteiga com uma colher. ‘ “ Página 39
“Sobre fazer silêncio
‘Só quero um pouco de silêncio... Meu Deus, isso não significa que não gosto de você! Significa apenas que, neste momento, gosto mais do silêncio. ‘ “ Página 48
“Sobre o primeiro dia no jardim da infância
‘Você achou difícil? Se o jardim de infância foi difícil para você, tenho más noticias sobre o resto da sua vida.’ “ Página 16
O livro conta com uma leitura rápida e dinâmica, além de ser deliciosamente engraçada. Não houve um momento em que eu não tenha ficado sem rir, porque nesse caso a risada acaba fazendo parte da obra. E eu quase escutava os risos do próprio autor ao reviver os momentos descritos. 
Além disso, adorei ver a relação de Sam com seu filho. Na maneira dele, conseguiu ensinar lições que marcariam a vida de Justin desde sua infância.
“As pessoas estão sempre tentando dizer como se sentem. Algumas são diretas e outras falam por meio de suas ações. Você precisa prestar atenção. Não sei o que vai acontecer com sua namorada. Acho que ela deve ser uma boa pessoa e espero que você consiga o que quer. Mas faça-me um favor: ouça e não ignore o que ouvir.” Página 139
Enfim, amei, amei e amei o livro! Juro que várias vezes tocava na minha mente a música “Eu sou sincero” enquanto lia as irreverentes filosofias de Sam. O único ponto negativo foi o número de páginas: só 142. Você acaba ficando tão interessado na leitura que quando chega ao final é inevitável sentir aquele gostinho de quero mais. Mas, para a nossa alegria, com o grande sucesso da obra, a TV americana acabou criando uma série baseada na mesma, que é chamada Shit my Dad says, cujo co-produtor e co-roteirista é o próprio Justin Halpern! No Brasil, a série começou a passar, acho que, semana passada no canal da Warner Channel às 22h, toda quarta-feira. Infelizmente, ainda não pude assistir devido ao horário, mas acredito que seja tão bom quanto o livro.
Com certeza, eu mais que recomendo!!

P.S: Aí está o link do twitter oficial do livro: http://twitter.com/#!/shitmydadsays
Bjos e até a próxima!

Nota da capa: 3/5
Comentários: Acho que o principal problema da capa foi a cor de fundo. Não sei, mas o branco deixou a capa com um ar meio sem graça, meio pálido. Mas, os detalhes do título e das marcações como se tivessem sido feitos com caneta foram bem interessantes.

Nota do livro: 5/5