Resenha Desafio Literário 2011:
Tema: Ficção Científica / Mês: Abril – opção 2
por Cleia (cleia.le@bol.com.br)
título: A MÁQUINA DO TEMPO
autor: H. G. WELLS
editora: Nova Alexandria
páginas: 126
título original: The Time Machine
tradução: Daniel Piza
O tema deste mês, para mim, representou um verdadeiro desafio, ao qual confesso não ter conseguido fazer frente. Das três possibilidades escolhidas e colocadas em minha lista, até agora só consegui ir até o fim do pequenino “A Máquina do Tempo”, de H.G.Wells.
Gostaria de registrar logo de início meu desinteresse por livros de ficção científica. Nada contra, mas nunca me atraíram. Uma questão de gosto ou de afinidade, somente. Li alguma coisa de Julio Verne ainda muito jovem (meu pai o adorava e incentivava). Li George Orwell, Aldous Huxley e gostei, na época, dos seus respectivos “1084” e “Admirável Mundo Novo”. Utopias me agradavam mais, como “Walden II”, de Skinner ou o “Walden” original, de Thoureau, mas eram coisas dos anos 70...
Talvez pela falta de familiaridade com o tema eu tenha feito escolhas inadequadas, pode ser, mas o fato é que, mesmo reconhecendo ser uma leitura interessante, não me calou fundo. Receio dizer: para mim, a máquina ficou perdida tempo, sem nenhum gosto de novidade. No meu tempo pessoal, reconheço, e a escolhi por saber que é um clássico de inegável valor como marco inicial do gênero ficção científica e “inventora” da fascinante idéia de uma máquina que nos permite viajar no tempo.
A narrativa é desenvolvida por 2 narradores em primeira pessoa. O primeiro relata o que viu e ouviu do Viajante do Tempo. O Viajante é um cientista que inventa uma máquina do tempo e explica inicialmente a um grupo de pessoas (com formação ou situação social compatível, como médico, psicólogo, prefeito, jornalista etc.), o funcionamento da engenhoca por meio de considerações sobre o conceito de Tempo. Ao voltar da primeira experiência o viajante encontra a mesma turma e passa a ser o narrador, a descrever sua aventura, para então, no final, o primeiro retomar a palavra e relatar o desfecho da história. Achei esta estrutura muito interessante.
O Viajante do Tempo faz sua primeira viagem até o ano de 802.701, permanecendo, entretanto, no mesmo ponto do espaço onde mora, em Londres. Neste mesmo local, porém no futuro, vê-se envolvido com novos seres (que já são muito diferentes dos atuais humanos). Em seu relato descreve os seres e os ambientes em que vivem, sobrevivem e interagem e vai tecendo considerações, a medida em que os dias passam, sobre a dinâmica daquela sociedade, comparando com o estado de coisas em sua época, o século XIX.
Ao partir, o viajante avança ainda mais no tempo e, mesmo sem saltar da máquina para uma nova estadia no futuro, vê o destino da nossa civilização. Engraçado é que, apesar de ficar sempre lá mesmo em Londres, onde morava – a máquina não se move no espaço – conclui que tudo estaria do mesmo jeito no restante do mundo. Será?
O texto (publicado em 1895) incorpora de forma crítica as principais linhas de pensamento da época. O marxismo – representado pelo conflito entre os seres que encontra no futuro, divididos em 2 classes sociais, o dominado e o dominador; e o positivismo – representado pela crença de um progresso permanente proporcionado pelo desenvolvimento científico.
Apesar de uma certa decepção, é uma leitura muito recomendável, especialmente para os mais jovens ou para aqueles que estão despertando para conteúdos que levam à reflexão e ao questionamento sobre o comportamento humano e o modo como estamos cuidando, na vida real, do futuro da nossa sociedade e do nosso planeta.
Nota: 3/5
Nota da capa : 3/5 – A capa desta edição dá alguma indicação sobre o conteúdo e a época da história, mas não é atraente. Por sua antiguidade, o livro já teve várias edições com capas muito melhores.
Tema: Ficção Científica / Mês: Abril – opção 2
por Cleia (cleia.le@bol.com.br)
título: A MÁQUINA DO TEMPO
autor: H. G. WELLS
editora: Nova Alexandria
páginas: 126
título original: The Time Machine
tradução: Daniel Piza
O tema deste mês, para mim, representou um verdadeiro desafio, ao qual confesso não ter conseguido fazer frente. Das três possibilidades escolhidas e colocadas em minha lista, até agora só consegui ir até o fim do pequenino “A Máquina do Tempo”, de H.G.Wells.
Gostaria de registrar logo de início meu desinteresse por livros de ficção científica. Nada contra, mas nunca me atraíram. Uma questão de gosto ou de afinidade, somente. Li alguma coisa de Julio Verne ainda muito jovem (meu pai o adorava e incentivava). Li George Orwell, Aldous Huxley e gostei, na época, dos seus respectivos “1084” e “Admirável Mundo Novo”. Utopias me agradavam mais, como “Walden II”, de Skinner ou o “Walden” original, de Thoureau, mas eram coisas dos anos 70...
Talvez pela falta de familiaridade com o tema eu tenha feito escolhas inadequadas, pode ser, mas o fato é que, mesmo reconhecendo ser uma leitura interessante, não me calou fundo. Receio dizer: para mim, a máquina ficou perdida tempo, sem nenhum gosto de novidade. No meu tempo pessoal, reconheço, e a escolhi por saber que é um clássico de inegável valor como marco inicial do gênero ficção científica e “inventora” da fascinante idéia de uma máquina que nos permite viajar no tempo.
A narrativa é desenvolvida por 2 narradores em primeira pessoa. O primeiro relata o que viu e ouviu do Viajante do Tempo. O Viajante é um cientista que inventa uma máquina do tempo e explica inicialmente a um grupo de pessoas (com formação ou situação social compatível, como médico, psicólogo, prefeito, jornalista etc.), o funcionamento da engenhoca por meio de considerações sobre o conceito de Tempo. Ao voltar da primeira experiência o viajante encontra a mesma turma e passa a ser o narrador, a descrever sua aventura, para então, no final, o primeiro retomar a palavra e relatar o desfecho da história. Achei esta estrutura muito interessante.
O Viajante do Tempo faz sua primeira viagem até o ano de 802.701, permanecendo, entretanto, no mesmo ponto do espaço onde mora, em Londres. Neste mesmo local, porém no futuro, vê-se envolvido com novos seres (que já são muito diferentes dos atuais humanos). Em seu relato descreve os seres e os ambientes em que vivem, sobrevivem e interagem e vai tecendo considerações, a medida em que os dias passam, sobre a dinâmica daquela sociedade, comparando com o estado de coisas em sua época, o século XIX.
Ao partir, o viajante avança ainda mais no tempo e, mesmo sem saltar da máquina para uma nova estadia no futuro, vê o destino da nossa civilização. Engraçado é que, apesar de ficar sempre lá mesmo em Londres, onde morava – a máquina não se move no espaço – conclui que tudo estaria do mesmo jeito no restante do mundo. Será?
O texto (publicado em 1895) incorpora de forma crítica as principais linhas de pensamento da época. O marxismo – representado pelo conflito entre os seres que encontra no futuro, divididos em 2 classes sociais, o dominado e o dominador; e o positivismo – representado pela crença de um progresso permanente proporcionado pelo desenvolvimento científico.
Apesar de uma certa decepção, é uma leitura muito recomendável, especialmente para os mais jovens ou para aqueles que estão despertando para conteúdos que levam à reflexão e ao questionamento sobre o comportamento humano e o modo como estamos cuidando, na vida real, do futuro da nossa sociedade e do nosso planeta.
Nota: 3/5
Nota da capa : 3/5 – A capa desta edição dá alguma indicação sobre o conteúdo e a época da história, mas não é atraente. Por sua antiguidade, o livro já teve várias edições com capas muito melhores.
O tema e' bem curioso e interessante. Gostei muito da sua resenha. Mas como vc tambem nao sou fa deste tipo de literatura.
ResponderExcluirO que considero interessante em tais narrativas é a possibilidade de especulação e também de análise do espírito de nossos tempos. Mas, confesso que sinto ainda dificuldade em adaptar-me a elas. Mas, não desistirei...=D
ResponderExcluirExcelente resenha, como sempre!
Beijocas