Resenha escrita por Lílian Martins
Desafio Literário 2012
Tema: Literatura Gastronômica
Mês: Janeiro
Leitura do mês: Papel Manteiga para embrulhar segredos
Autora: Cristiane Lisboa
Editora Memória Visual, 101 páginas.
Não me lembro de ter lido algo que pudesse ser classificado como “literatura gastrônomica” até o ínicio desse Desafio Literário 2012. Dentre as sugestões indicadas no blog, o livro de Cristiane Lisboa, seja pela título como pelas sinopses que encontrei no Skoob, chamaram minha atenção e foi a obra escolhida para resenha nesse mês de janeiro. Com uma edição cuidadosa, Papel Manteiga é dividido em duas partes: Cartas Salgadas e Cartas Doces. O enredo, aparentemente simples: a troca de cartas entre uma jovem aspirante à chefe e sua avó. Não existem referências aos locais e já no primeiro paragráfo, Antônia – a aspirante a chefe – apresenta ao leitor a atmosfera que deverá acompanhar toda a narrativa: “ Bisa Ana, estou em alguma parte do mapa. Não posso dizer qual, pelos motivos que nós duas sabemos”. (p.07). Em cartas elaboradas em papel manteiga, Antônia informa sua avó sobre o desafio de aprender com a Senhorita Vírginia, dona de uma pequeno restaurante que fica no topo de uma colina. Na primeira menção à Virgínia, Lisboa oferece ao seu leitor uma narrativa bem construída e repleta de delicadeza, em trechos como o seguinte : “ Gente que não mente nem quando precisa pode causar profundos danos em corações sensíveis”. (p.07). A troca de correspondência é permeada por receitas que desempenham um papel relevante na narrativa: as receitas também contam uma história. O que parece ser uma simples coleção de cartas conduz a uma reflexão sobre o fazer literário. Mais do que isso não falo. É um livro que vale apena ler, com uma escrita agradável e repleto de trechos que ficam martelando na sua cabeça como o seguinte, um dos meus favoritos:
Tema: Literatura Gastronômica
Mês: Janeiro
Leitura do mês: Papel Manteiga para embrulhar segredos
Autora: Cristiane Lisboa
Editora Memória Visual, 101 páginas.
Não me lembro de ter lido algo que pudesse ser classificado como “literatura gastrônomica” até o ínicio desse Desafio Literário 2012. Dentre as sugestões indicadas no blog, o livro de Cristiane Lisboa, seja pela título como pelas sinopses que encontrei no Skoob, chamaram minha atenção e foi a obra escolhida para resenha nesse mês de janeiro. Com uma edição cuidadosa, Papel Manteiga é dividido em duas partes: Cartas Salgadas e Cartas Doces. O enredo, aparentemente simples: a troca de cartas entre uma jovem aspirante à chefe e sua avó. Não existem referências aos locais e já no primeiro paragráfo, Antônia – a aspirante a chefe – apresenta ao leitor a atmosfera que deverá acompanhar toda a narrativa: “ Bisa Ana, estou em alguma parte do mapa. Não posso dizer qual, pelos motivos que nós duas sabemos”. (p.07). Em cartas elaboradas em papel manteiga, Antônia informa sua avó sobre o desafio de aprender com a Senhorita Vírginia, dona de uma pequeno restaurante que fica no topo de uma colina. Na primeira menção à Virgínia, Lisboa oferece ao seu leitor uma narrativa bem construída e repleta de delicadeza, em trechos como o seguinte : “ Gente que não mente nem quando precisa pode causar profundos danos em corações sensíveis”. (p.07). A troca de correspondência é permeada por receitas que desempenham um papel relevante na narrativa: as receitas também contam uma história. O que parece ser uma simples coleção de cartas conduz a uma reflexão sobre o fazer literário. Mais do que isso não falo. É um livro que vale apena ler, com uma escrita agradável e repleto de trechos que ficam martelando na sua cabeça como o seguinte, um dos meus favoritos:
Pense comigo, Bisa, não existem declarações de amor com sinceridade absoluta. Muito menos elogios, jantares, casamentos e literatura. Jamais houve um só verão que tenha sido vivido com franqueza. A própria imaginação do tempo embaralha as lembranças com o que não aconteceu, para que nossa própria existência entre para o álbum de família como mais interessante. Mentem com veracidade os que escrevem diários e os que prometem infinitos domingos sem tédio. E todos salvam heroicamente as existências pessoais e alheias da completa mediocridade. Porque escolheria eu a verdade? Sei que sou imbecil. Mas, prefiro que digam que sou encantada com o aéreo. Opinião de muita franqueza, aliás. Porque a não sinceridade faz com que tudo que seja dito seja verdade-verdadeira. Antônia.(p.57).
Vírginia, a dona do restaurante é uma personagem que aparece aqui e acolá no texto, merecendo da autora um destaque maior. Por acaso, descobri que Cristiane Lisboa acaba de lançar o “ Duas pessoas são muitas coisas: estória de Vírginia”. Fica o convite.
Adorei a resenha. Me deixou bastante curiosa. Pena que pra este mês minhas leituras já estão determinadas, senão eu ia atrás dele.
ResponderExcluirBjs!
Oi Lilian! Parece um consenso que esse é daqueles livros que vale a pena ser lido. Gostei da sua resenha, achei sensível, simples, clara. Parabéns!
ResponderExcluirBeijos!