Por Sueli Couto
Carolina - Casimiro de Abreu livro 5

É uma história muito triste que envolve amor, paixão, traição, ódio, morte e finalmente perdão. Senti uma tristeza profunda ao ver como cada escolha pessoal afeta infinitamente a vida de outros, e o que era para ser uma linda história de amor acaba numa dolorosa tragédia.


A história começa com Augusto e Carolina, debaixo dum lindo caramanchão, se despedindo. Augusto precisa viajar e os dois trocam beijos, juras de amor e fazem  promessas de se reencontrar no mesmo lugar. No entanto, seis meses mais tarde, Carolina se envolve amorosamente com Fernando que a seduz e a abandona a própria sorte.

Augusto retorna e tem uma grande decepção ao ver que a família da sua amada se mudara sem saber que foi por causa da vergonha da gravidez de Carolina, que abandonou o lar.
Augusto, amargurado, parte para Lisboa, tentando retomar sua vida, e um dia passeando com seu amigo, Fernando, conta sobre seu amor perdido, ambos vão parar num meretrício onde Fernando, como meio de Augusto esquecer uma antiga paixão, o incentiva a passar a noite com uma prostituta esquecer sua dor e decepção.

O destino é cruel e quando Augusto e Fernando vão a um dos quartos se deparam com Carolina que conta para Augusto ter sido Fernando que se aproveitou de um momento de fraqueza dela lhe engravidando e a deixando-a sozinha, sem outra saída acabara se entregando a prostituição. Augusto com muito ódio entra numa luta corporal com Fernando e o mata fugindo em seguida.

No outro dia ele volta ao meretrício a procura de Carolina, mas ela já tinha fugido e lhe deixa uma carta onde pede perdão por ter traído Augusto e confessa ainda amá-lo muito.
Carolina acabou por não resistir tanto sofrimento e um mês depois gemia agonizante em Setúbal. Seu coração de mulher não resistiu a tantas comoções.  E na triste e solene hora do passamento junto a um padre, se arrepende, pede perdão, e antes de morrer pede que ele envie uma carta a seu amado. Nesta carta lamenta sua forma de agir, fala de seu amor, de sua morte e pede novamente seu perdão.

“ Adeus, Augusto: quando leres esta carta já estarei morta. Consola meu pai e minha mãe, se os vires. Não amaldiçoes a minha memória! Morro beijando o teu retrato, que levo comigo ao túmulo. Adeus! ora por mim!

Carolina

— Sim, sim, disse o mancebo, caindo de joelhos e juntando as mãos, eu oro por ti. Que Deus te perdoe como eu te perdoei.”


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