A Sangue Frio

Por Maria Amelia Mello

Logo que topei participar do Desafio Lietrário 2012 corri para olhar os temas do mês e me animei com vários. Principalmente porque vi que conseguiria encaixar alguns livros que já tenho e estavam na minha “fila de leitura”, mesmo que para isso ele pulasse à frente dos demais. E este livro é justamente um destes casos, faz parte do acervo aqui da minha casa tem um bom tempo (Círculo do Livro – Coleção Grandes Sucessos da Abril Cultural – Edição de 1980) e meu pai sempre falava que era um ótimo livro, com história verídica mas muito forte.

Acontece que quando li a orelha do livro vi que se tratava de um massacre horrível que aconteceu com uma família no interior do Kansas, estado dos EUA. Estava bem empolgada para ler o livro, mas em dúvida se ele se encaixava no tema proposto: serial-killer. Perguntando no blog do Desafio e depois por email para uma das organizadoras, fiquei aliviada de saber que sim, poderia ler no mês de Março. Mas agora, com o fim da leitura, devo confessar à vocês que não sei se ele se enquadra no tema proposto. Para o próximo ano talvez devesse entrar no tema chacina.

Mas vamos ao livro: ele relata o assassinato cruel de uma família – pai, mãe e um casal de adolescentes – em 15 de novembro de 1959 em Holcomb, cidade localizada no interior do estado do Kansas. O autor é Truman Capote, na época já um famoso escritor americano que cansado da subjetividade dos romances, mergulha neste acontecimento criando o que seria chamado de romance-documentário. É importante dizer que o autor trabalhou neste livro por 6 anos e que ele considera este o seu melhor trabalho.

O começo do livro é um pouco arrastado, mas passado este breve momento de descrição, você se prende a história e apesar de já saber o seu fim, quer realmente descobrir como tudo aconteceu. Uma coisa que achei muito interessante foi a construção do texto não linear e com mudanças de narrador, o que senti ser parte de depoimentos. Creio que moderno para a época.

Antes do brutal massacre à família, Truman nos apresenta a cidade pacata e seus moradores solidários, a família Clutter que era muito estimada na comunidade e mais importante, ele nos apresenta os dois assassinos. Conhecemos o dia-a-dia da família com a briga entre os irmãos, a depressão da mãe, o juvenil namoro da Nancy e nos afeiçoamos a eles. Mas também conhecemos a dupla de assassinos Dick e Perry, vemos como eles se conheceram e em algumas partes como foi o passado de cada um.

O assassinato da família ocorre de maneira fria assim como o livro. Não me entendam mal, o livro é muito bom, mas sua narração é fria e por vezes metódica. O que achei interessante foi o pós-crime, com muita paranóia entre os cidadãos, especulações sobre como tudo aconteceu e o ar sufocante entre os que ficaram.

Com tanto tempo gasto relacionado aos assassinos, entramos em um tema polêmico do livro, pois os leitores se dividem em dois grupos com opiniões distintas: alguns consideram que o autor quis ser imparcial e por isso mostrou os dois lados do crime e outros consideram que o autor defenda os assassinos mostrando uma lado humano deles. Não acho que ninguém consiga ser totalmente imparcial, mas também não consigo acreditar que o autor defenderia alguém como aqueles dois assassinos cruéis.

O que é angustiante de perceber é que quem cometeu esta brutalidade foram pessoas e não monstros, como alguns acreditam que seriam. Justamente por isso percebemos que o autor tenta dar uma humanizada nestes dois bandidos, quero dizer, monstros.

A discussões que o livro traz são bem amplas e vão desde o que levam pessoas a cometer tais crueldades à questão da pena de morte.


Por Sueli Couto

Criança 44 – Tom Rob Smith livro 4

"Criança 44" é um thriller fascinante, complexo que prende do começo ao fim. Narra uma historia brutal e violenta de uma sociedade que é submetida à fome, a violência, é aterrorizada, oprimida. Uma trama que provoca revolta, raiva, choque, horror e tristeza.

O enredo se desenvolve no clima da União Soviética de 1953, nas suas crenças, sua política, a tensão, a pobreza e a violência cometida contra os inimigos do Estado.

O livro conta a historia do agente Liev Stepanovitch Demidov, um membro em ascensão da MGB, a Segurança do Estado. Ele é um investigador, um herói de guerra, idealista que acredita no Estado, no regime e na revolução, e sempre esteve disposto a cumprir cegamente, sem questionar as ordens que lhe fossem dadas, não se importava quais fossem elas. Ele é chamado para acalmar os ânimos da família de um menino morto nos trilhos de uma ferrovia. Os familiares acham que a morte foi assassinato, mas a política opressora do governo de Stalin quer que todos esqueçam, pois não há assassinatos no sistema defendido por eles. Seus superiores ordenam-lhe que ignore tal suspeita e ele obedece sem questionar. Mas o agente desconfia de que há algo muito estranho por trás de todo o caso. E tudo muda para Liev, quando este se depara com os corpos de outras crianças mortas de forma semelhante. Liev coloca em dúvida sua confiança nas ações e políticas do Partido, e  arriscando tudo, o agente se vê na obrigação de ir atrás do terrível assassino, mesmo sabendo que está prestes a se tornar um inimigo do Estado e passar por tudo o que fez passar tantos cidadãos.

O personagem se transforma ao longo do livro, e passa por uma serie de sensações e descobertas e mudanças gradativas. Tudo o que ele acreditava que era certo, ou necessário é posto a prova quando o governo para o qual trabalha e o qual tanto defenderam resolve voltar-se contra ele. Será uma dura, longa e dolorida jornada.

Não consigo nem imaginar o que passa na cabeça de um indivíduo que vive em uma sociedade como a retratada no livro e com todo sofrimento que é imposto a todos. É tanta opressão, violência, brutalidade, tortura e mortes.. .

Na Rússia de Stalin não há possibilidade de amizade, amor verdadeiro, apego familiar porque você teria que denunciar qualquer um que fosse contrario ao governo, qualquer um pode ser considerado um espião pelo mínimo comentário mal entendido, uma palavra dita na hora errada, até um sorriso. Não existe confiança, liberdade, pensamento livre. Um ótimo livro, um atriste realidade!


Por Sueli Couto

É FACIL MATAR - Agatha Christie - livro 3

É sempre um prazeroso ler Agatha Christie. Admiro sua obra e sou fã desde minha adolescência e olha que lá se vão muitos anos...

Nesta historia, quem faz as investigações é Luke Fitzwilliam, um policial recém-aposentado  que volta para a Inglaterra a fim de descansar.  Durante uma viagem de trem a Londres, ao procurar um lugar tranquilo para sentar escolhe ficar ao lado de uma senhora,  Lavinia Fullerton, que o faz lembrar de uma tia. Minutos após sentar, ela puxa assunto com ele, falando sobre as suspeitas de que havia um assassino em série à solta na sua pequena cidade.  A mulher iria até Londres para denunciar os crimes à Scotland Yard. Luke não lhe dá muita atenção achando que pode ser que tudo o que ela falou poderia ser fantasia de sua cabeça. Dias depois, Luke descobre pelo jornal que a mulh er, que lembrava muito sua tia, havia sido atropelada em circunstâncias suspeitas. A partir daí seu instinto policial e sua curiosidade falam mais alto e ele decide ir até a cidade sob um disfarce de escritor e, com a ajuda da prima de um de seus amigos, tentará descobrir se suas suspeitas tem fundamento.

Lá ele conhece Bridget Conway, “sua prima” que está de casamento marcado com o editor do jornal local, conhece também outro personagens interessantes, como o médico Thomas, a sra. Whiteflet, o coronel Horton e seus buldogues, entre outros. Muitas vezes ele não quer acreditar: como, em um lugar pequeno como esse, que todos se conhecem muito bem, pode existir um assassino em série à solta?

O livro é muito interessante e difere no estilo de investigação (de Poirot), pois nesta narrativa é possível conhecer e ver como o investigador, faz e refaz seus pensamentos, analisa as combinações, como articula todas as possibilidades, para chegar ao criminoso. O enredo é muito interessante há muitos suspeitos, pouquíssimas provas e além do suspense, um toque de romance, há uma citação a Sir Arthur Conan Doyle, outro grande mestre da literatura policial.

 Agatha Christie, como sempre, se supera.


Por Sueli Couto
O CIRURGIÃO - TESS GERRITSEN – LIVRO 2

É um livro tenso, intenso, dinâmico que me prendeu do começo ao fim. A história é complexa, assustadora, envolvente e cheia de reviravoltas. Este foi o segundo livro que li de Tess Gerritsen.  E estou ansiosa para ler outros!

Mulheres são atacadas em suas casas, o criminoso as aborda no silencio da noite e as mutila, levando consigo um suvenir da vítima, como um troféu, seus métodos são mais que violentos e acabaram por lhe dar o apelido de O Cirurgião.

Dois investigadores são responsáveis para cuidar do caso, Jane Rizzoli e Thomas Moore, eles recebem o desafio e a obrigação de desvendar a identidade do criminoso e assim evitar que novas vítimas sejam atacadas.

A policial Jane Rizzoli, uma mulher cheia de inseguranças, sem atrativos físicos, faz questão de deixar claro que o que importa é a inteligência e perspicácia, de forma  cansativa e  constante  tenta provar a si mesma, e  mostrar para as pessoas que o fato de ela ser uma mulher não a diminui como profissional e Thomas Moore, um detetive honesto e calmo, ainda preso à lembrança da esposa falecida.

As investigações os levam para a Dr. Catherine Cordell, que no passado viveu uma situação semelhante, mas conseguiu sair viva do ataque, contudo, não se recuperou psicologicamente e percebe que agora seu pesadelo está longe de acabar. Eles precisam descobrir rapidamente quem é que está dando continuidade às chacinas de Andrew Capra, antes que ele termine o que começou com Catherine.

Já a Dr. Catherine Cordell é médica exemplar, uma mulher forte e decidida, porém solitária sem dúvida uma personagem forte, que depois de passar momentos de terror, tenta se recuperar e se afasta de tudo que possa desequilibrá-la.

Esta trama mostra um o assassino, meticuloso, doentio, inteligente e macabro de uma perspicácia invejável. Ele não tem pressa, sente prazer em imobilizar, torturar, aterrorizar suas escolhidas durante horas e por fim mutilá-las.

O Cirurgião é um excelente thriller médico/psicológico, cheio de mistério, suspense e  violência, interessante em suas páginas as ações, os pensamentos do assassino, misturando um pouco de história e mitologia, como se tais fatos e comparações explicassem,  justificassem  e perdoassem seu comportamento.

As descrições dos procedimentos médicos são minuciosas e precisas, além dos detalhes perturbadores das mutilações e assassinatos do serial killer apelidado como "Cirurgião".
Há uma grande quantidade de descrições claras e objetivas de detalhes sobre as cirurgias, incisões, procedimentos de rotina, medicações e exames. Em muitas passagens tive que parar respirar, pois estas descrições e detalhes me davam enjoos. Ah não posso esquecer-me de citar que teve romance também!


 Por Sueli Couto

O PECADOR  -  TESS GERRITSEN – Livro 1

Neste mês o tema do desafio literário é SERIAL KILLER, diga-se de passagem, que não tenho hábito de ler nada deste tema. Escolhi após algumas pesquisas um livro de Tess Gerritsen.

A Dra. Maura Isles, é a protagonista, sendo conhecida como uma médica legista distante, fria, equilibrada, ou ironicamente como a “a rainha dos mortos”.

Neste thriller trabalha com a detetive Jane Rizzoli, investigando um crime no convento de Nossa Senhora da Luz Divina. No duro inverno de Boston um cenário de horror: sangue espalhado na capela do convento e os corpos de duas freiras jazem no chão. Por trás dos muros do convento onde vivem enclausuradas e sem contatos externos, teoricamente, somente a entrada do padre Brophy é permitida, jaz próximo ao altar o corpo de Camille, uma freira de apenas vinte anos, enquanto que Irmã Úrsula, também vítima do brutal ataque, permanece em coma no hospital. É durante a autópsia de Camille que a Dra. Maura descobre que a freira, antes de ser assassinada, dera à luz um filho.

A partir dai o que já parecia complicado fica pior quando outro corpo é descoberto em uma antiga construção de um beco. Uma mulher cujas mãos foram arrancadas, bem como parte da pele de seu rosto, para esconder sua identidade. Mas por que, então, cortar fora também os pés? O cadáver, devorado por ratos e cheio de pústulas, revira o estômago de todos os detetives. Soma-se a tudo isso o fato de um massacre na Índia - que exterminou 97 pessoas em uma aldeia de leprosos, um ano atrás - estar, aparentemente, ligado aos crimes em questão. O que cada caso tem em comum para formar um caso só?

A detetive e a médica começam a desvendar a terrível ligação entre as mortes. À medida que segredos há muito esquecidos vêm à tona, a Dra. Maura Isles se vê envolvida em uma investigação que se fecha cada vez mais ao seu redor, levando a uma revelação perturbadora sobre a identidade do assassino e seus motivos.

A detetive Jane, sempre tão focada em seu trabalho, passa por momentos difíceis e delicados, ao descobrir-se grávida. Teve um caso com Gabriel Dean, um agente do FBI e depois voltou ao trabalho em Washington e não mantiveram mais contato. Tentando manter-se forte e destemida, Jane para defender-se ergue uma muralha, para que ninguém se aproxime e a magoe.

O enredo é ótimo, arrepiante, envolvente, Tess Gerritsen é minuciosa em seus detalhes médicos, como não poderia deixar de ser.  A trama é complexa e em minha opinião muito bem conduzida. Gostei muito. Vale a pena!



Resenha por Liliam Silva.

Livro “Dexter: a mão esquerda de Deus”, autor: Jeff Lindsay, editora Planeta, tradução: Beatriz Horta, 8⁰ edição.

O livro conta a história de Dexter um serial killer frio e calculista um tanto diferente.O texto é narrado em primeira pessoa, onde Dexter relata a sua história de vida de acordo com os acontecimentos atuais. O livro é dividido em 27 cápitulos, onde alguns cápitulos fazem uma retrospectiva ao passado para que o leitor compreenda o surgimento do gosto  e “encantamento” pela morte.

A estória se passa em Miami, onde Dexter nasceu e foi criado, ele trabalha em um laboratório de perícia criminal e é especilaista em sangue, ou melhor, perito em esguicho de sangue. Sua irmã também policial Deborah, faz parte da trama e com a ajuda e dicas de Dexter montam estrátegias para que a mesma seja promovida.

Os outros personagens envolvidos no enredo são a chefe de Dexter a detetive LaGuerta e a equipe de policiais, dentre eles Doakes que desconfia que Dexter esconde quem realmente é.

Por ser um serial killer Dexter se identifica com outros matadores em série e consegue contribuir muito com as investigações, muitas vezes até prevendo as ações dos assassinos. Com isso, a cautela e o anonimato são partes essênciais de sua personalidade, pois qualquer indicio maior de conhecimento ou exposição de suas “habilidades” , podem trazer consequências drásticas para a sua identidade secreta.

Gostei bastante da leitura principalmente pela narrativa em primeira pessoa, o aproveitamento só não foi melhor, pois, a série de TV foi bem fiel ao livro então eu já sabia o que encontraria nos cápitulos posteriores.

O livro é recomendado para quem gosta de livros policiais, investigativos e de serial killer, a leitura flui muito bem, além dos fatos mórbidos sobre a morte e os assassinatos, o texto também apresenta um fundo de divertimento e comédia se compararmos a capacidade de assimilação e conclusões de Dexter aos outros policiais do destrito.

Jeff  Lindsay autor de “Dexter: a mão esquerda de Deus” também é autor de outros livros da série Dexter e atualmente vive na Flórida com sua esposa e três filhas.


Resenha (Tema Serial Killer, Março 2012)
Por Andreia Morales Cucio

As  Esganadas – Jô Soares

Uma série de homicídios choca a cidade do Rio de Janeiro em 1938. Desde o inicio do livro conhecemos o assassino, que além de muito esperto possui uma característica física rara, e os motivos que o levam a cometer tais crimes.

O serial killer tem como alvo mulheres gordas que são atraídas por seus dotes da cozinha portuguesa. As vitimas morrem esganadas por sua própria gula e depois são expostas em lugares públicos.

Para solucionar o crime, uma brilhante equipe da policia carioca é destacada para a missão. Um delegado ranzinza, Noronha, um auxiliar medroso,Calixto, um ex-inspetor português, Esteves, e uma jovem repórter, Diana.  É em torno das tentativas, dessa equipe, de solucionar os crimes e encontrar o criminoso que o enredo se desenrola.

Uma historia leve e cômica onde o objetivo não é identificar o serial killer, mas se divertir com o inspetor Tobias Esteves. 


"Num mundo bom, um nome é uma identidade e uma senha de participação. Num mundo mau, um nome é um rótulo e pode ser uma prateleira de exclusão. E há também este fenómeno: o mesmo nome tem temperaturas diferentes consoante a perspectiva ou a época."

Faíza  Hayat
 
Nome Próprio (de pessoas) – existem personagens cujo imenso carisma  ganha logo destaque na capa de um livro.  E a regra do mês é essa: só vale livros cujo título seja um nome próprio - e apenas ele -, exemplo: Quincas Borba, Benjamin, Emma. Vai ser divertido e muito fácil caçar títulos do tipo; seja na estante de casa, de uma livraria ou de uma biblioteca.  ATENÇÃO: apenas nome próprio de pessoas!

1) O autolink como próprio nome o diz é destinado a inclusão de links/URL. No DL  é utilizado somente para inclusão dos links da resenhas feitas para o desafio literário. É permitida a inclusão de links das resenhas feitas no SKOOB.

2) No primeiro campo do autolink coloque o seu nome e sobrenome ou apelido. Identifique-se sempre. Não basta colocar o título do livro e esquecer de identificar o resenhista.

3) No segundo campo, coloque o seu email. Ele não será divulgado.


4) No terceiro campo, coloque o link/url da resenha. Coloque o endereço da postagem e não o  do blog.

5 ) Para identificar a leitura de mais de um livro, coloque depois do seu nome o termo “segundo livro” ou “lterceiro livro”, etc.

6) Por uma questão de ordem, posts que não contenham a resenha do livro lido serão excluídos.ão

7) Por favor, não postem resenhas dos desafios anteriores aqui. Enviem-nas para o email desafioliterario[arroba]gmail[ponto]com. Obrigada.

Obrigada!


Atenção! O formulário pode aparecer aberto quando visualizado por intermédio da categoria "Resenhas - DL 2012". No entanto, no Simply Linked, o formulário está fechado. Desse modo, qualquer inclusão de resenhas no autolink não será concluída. Portanto, siga a regra: resenhas atrasadas devem ser enviadas para o email do Desafio Literário.



Autolink encerrado. Resenhas referentes ao tema Nome Próprio devem ser entregues no email desafioliterario[arroba]gmail[ponto]com.








É motivo de muita satisfação poder contar com a contribuição voluntária de pessoas que apóiam nosso projeto. A Tábata do blog Happy Batatinha é uma delas. O HB é um blog com um contéudo que versa sobre uma variedade  de coisas que habitam o mundo da Tábata. Isso implica dizer que lá você encontrará dicas de simplicidade e muitas outras ideias criativas no mundo da net e dos livros. Para o fascínio dos colecionadores,  todas as quintas-feira a Tata apresenta uma galeria de marcadores de páginas dos mais variados tipos. Marcadores de Quinta é o nome da coluna e vocês estão todos convidados a dar uma passadinha por lá.

Tábata,  querida, o DL só ganha ao tê-la como nossa colaboradora. Muito obrigada!

Pessoal, leitores e/ou colecionadores, o lance é o seguinte:  a cada desafio, dois participantes serão contemplados com o marcador de página do Happy Batatinha (blog da Tábata). Veja só!

Super bacana, não?

E os contemplados  são:

Sharon Caleffi e Maylee-Chan!

 

Caríssimas, parabéns! E, por favor, enviem os seus dados de endereço para o email desafioliterario[arroba]gmail[ponto]com.  Estamos no aguardo.

A numeração do sorteio é de acordo com a ordem de participação no autolink. Vide autolink de janeiro: http://desafioliterariobyrg.blogspot.com/2012/01/janeiro-literatura-gastronomica.html


Aqui o provérbio "comida sem caldo, papo dessecado" não tem vez. Às voltas com um começo culinário, o DL se tornou "Panela de muitos, cozida e bem comida". Afinal, o assunto rendeu. E o que se leva dessa história é que  "tanto a leitura, como a comida, não alimenta senão digerida". 

Começamos bem, com 247 resenhas, opiniões ou impressões de leitura, como preferir. Vale destacar os campeões de leitura:  Julie & Julia, de Julie Powell e Como água para chocolate de Laura Esquivel foram lido 33 vezes.  Luís Fernando Veríssimo continua sendo um querido da galera. Emplacou bem  os livros
O clube dos anjos e A mesa voadora.  Segue o gráfico: 


Abro um parentêsis para um pedido de desculpas aos participantes. Gostaria de ter comentados todas as resenhas que li. Saltava aos olhos o entusiasmo, o cuidado, o zelo crítico presente em cada texto. Mas, entre ler as resenhas e registrar cada leitura no controle de acompanhento do DL, os comentários viraram artigos de luxo. Espero que em fevereiro isso possa ser sanado para que o trabalho de vocês recebam a consideração devida.

Como de praxe, segue a lista dos destaques da rodada: 

Amanda Löwenhaupt - 12 livros lidos
Shirlei Mello - 7 livros livros lidos
Laura Cunha - 5 livros livros lidos
Luma Kimura - 5 livros lidos
Mariana Maia (Maylee-Chan) - 5 livros lidos 
Rafaela Marinho - 5 livros lidos
Letícia Guedes - 4 livros lidos
Priscila Sganzerla - 4 livros lidos

Se o nome de quem leu mais de três livros não aparecer na lista, ou se houver algum outro erro no cômputo, por favor, avise-nos. Teremos o maior prazer em reparar o erro.


Penso ser útil compilar em um só lugar os livros lidos no mês de janeiro. Assim, montamos esse guia temático para aquele que, assim o quiser, possa pesquisar e escolher uma leitura dentre os títulos expostos abaixo: 

  • Papel Manteiga Para Embrulhar Segredos, da Cristiane Lisbôa
  • The Unofficial Harry Potter Cookbook, da Dinah Bucholz
  • O clube das chocólatras, de Carole Matthews
  • Julie & Julia, de Julie Powell
  • Mil dias em Veneza, de Marlena de Blasi
  • A mesa voadora, de Luís Fernando Veríssimo
  • A mesa voadora, de Luís Fernando Veríssimo
  • Mil dias na Toscana, de Marlena de Blasi
  • A sopa de Kafka, de Mark Crick
  • Homens, mulheres e chocolate, de Menna Van Praag
  • Como água para chocolate de Laura Esquivel
  • O pão da amizade, de - Darien Gee
  • Pão de mel, de Rachel Cohn
  • A ponte das turquesas, de Fernanda de Camargo-Moro
  • A morte do gourmet, de Muriel Barbery
  • Fama à Mesa, de Fabiano Dalla Bona
  • Cup Cake, de  Rachel Cohn
  • O clube do biscoito, de Ann Pearlman
  • Chocolate Amargo - Uma Autobiografia, de Gordon Ramsay
  • Nanny Ogg's Cookbook, de Terry Pratchett
  • Comer, rezar, amar, de Elizabeth Gilbert
  • A peleja do alecrim com o coentro e outros causos culinários: receitas e cordel, de Tatiana Damberg
  • Chocolate, de Joanne Harris
  • A Dieta das Chocólatras , de Carole Matthews
  • Destrinchando, de Julie Powell
  • Escola dos Sabores, de Erica Bauermeister
  • As Revelações Picantes dos Grandes Chefs, de Irvine Welsh.
  • O pedante na cozinha, de Julian Barnes
  • Bon Appétit - French Twist Series, de Sandra Byrd
  • Amei, perdi, fiz espaguete, de Giulia Melucci
  • Literatura e Gastronomia - Um casamento perfeito, Fabiano Dalla Bona
  • Eu odeio cozinhar - receitas fáceis para quem tem mais o que fazer, de Peg Bracken
  •  Uma vegetariana no açougue, de Tara Austen Weaver
  • A Cozinha de Francesca, de Peter Pezzeli
  • Sangue, Ossos & Manteiga, de Gabrielle Hamilton
  • Cozinha Confidencial: Uma Aventura Nas Entranhas da Culinária, de Anthony Bourdain
  • A Fantástica Fábrica de Chocolate, de Roald Dahl
  • Clube do Jantar, de Jessie Elliot
  • Cozinheiros demais - Rex Stout
  • Como cozinha um lobo, de MK Fisher
  •  Escoffianas Brasileiras, de Alex Atala
  • Candidíase - A Praga, de Sônia Hirsch
  • O rapto das cebolinhas, de Maria Clara Machado
  • Chez Moi, de Agnes Desarthe
  • Quem disse que cozinha não é lugar de homem?, de Lourivaldo Baçan
  • Encantos do Jardim, de Sarah Addison Allen
  • Conforte-me com Maçãs, de Ruth Reichl
  • Sabor de sangue e chocolate, de Helena Gomes
  • Um cientista na cozinha, de Hervé This
  • Charlie e o Grande Elevador de Vidro, Roald Dahl
  • Cinco Quartos da Laranja, de Joanne Harris
  • Céu da boca - lembranças de refeições da infância, de Edith M. Elek
  • A parte mais tenra - um saboroso aprendizado de vida, de Ruth Reichl
  • Memórias Gastronômicas de Alexandre Dumas
  • Uma história comestível da humanidade, de Tom Standage
  • Ishq & Mushq - Amor & Cheiro, de Priya Basil
  • Pegando Fogo! Como Cozinhar nos tornou humanos, de Richard Wrangham
  • Amores e Amoras - Jude Deveraux
  • O Não me Deixes: suas histórias e sua cozinha , de Raquel de Queiroz
  • Baunilha e chocolate, de Sveva Casati
  • L’Écume des Jours, de Boris Vian
  • Porque as Chinesas não contam Calorias de Lorraine Clissold
  • O Rei dos Chefs, de Kenneth James
  • Gourmet Rhapsody, de Muriel Barbery
  • A Senhoras das Especiarias, de Chitra Divakaruni
  • Aprendiz de Cozinheiro, de Bob Spitz
  • Jogando por Pizza, de John Grisham
  • Assando Bolos em Kigali , de Gailen Parkin 
  • O Grande Livro da Comida: Perdidos na Ilha entre o Terror e o Fogão, de Viviane Ka 
  • O Último Charuto no Arabs Szürke - Gyula Krúdy 


 Resenha escrita por  Amanda Cristina do Vale.

Marina
Carlos Ruiz Zafón

Surpreendente

O livro conta a história de Óscar, um adolescente solitário que vive em um colégio interno e seus pais nunca o visitam, estão sempre ocupados. Um dia,

passeando pelas ruas de Barcelona, Óscar, por causa de sua curiosidade, entra em um casarão e lá conhece os donos da casa, Marina e seu pai, Gérman. Óscar

encontra neles a família que ele não tem.

Juntos, Óscar e Marina vivem aventuras inacreditáveis, que o autor narra com muito suspense.

No livro pode-se observar duas histórias diferentes: a paixão de Óscar por Marina, a vivência dos dois no casarão e a busca deles por explicações para uma

série de acontecimentos estranhos, que começam com uma mulher de vestimentas negras visitando um cemitério.

Comecei a ler o livro sem saber do que se tratava, eu imaginava que seria mesmo um romance, mas apenas narrando a paixão de dois adolescentes. Surpreendi-me

com tanto suspense, que prendeu muito minha atenção. O livro é muito bem escrito, os personagens são envolventes. Foi o primeiro livro que li do Zafón e já

estou ansiosa para ler outros.














 Por Sueli Couto

CLARA DOS ANJOS - LIMA BARRETO -  LIVRO 4

Este romance de Lima Barreto passa-se no subúrbio carioca e ele o descreve com riqueza de detalhes tanto nos ambientes como a vida das pessoas que ali vivem.  Apresenta o advento dos “bíblias”, os protestantes e sua forma muito eloquente e tenaz de conquistar novos fiéis para seu culto. É um romance profundo e denuncia toda espécie de injustiças praticadas contra os menos desprovidos financeiramente, os humildes. É carregado de referencias sobre o preconceito racial.

Clara é uma mulata jovem, pobre, humilde, ingênua, que vive no subúrbio carioca com seus pais, Joaquim e Engrácia. Joaquim era carteiro, tocava flauta, gostava de violão, compunha valsas, tangos e acompanhamentos de modinhas. Não gostava de sair de casa e sua diversão era passar as tardes de domingo jogando solo com seus dois amigos: o compadre Marramaque e o português Eduardo Lafões.

Clara tinha 17 anos, era tratada com muito desvelo, recato e carinho pelos pais e como eles não gostavam de sair de casa, quando ela raramente saia era sempre acompanhada pela vizinha, Dona Margarida, uma viúva muito séria.

Apesar das cautelas e cuidados da família, Clara é iludida e seduzida por um rapaz de classe media carioca. Os dois se conhecem quando ele, cantor de chorinho, vai tocar no dia de seu aniversário em sua casa. Cassi não era belo e nem virtuoso do violão, mas canta dengoso, meloso e a seduz.

O padrinho Marramaque, que já lhe conhecia a fama, tenta afastá-lo de Clara quando percebe seu interesse. Na festa de aniversário da afilhada, recita e provoca Cassi, deixando claro que ele não é bem-vindo ali. Cassi também antipatiza com Marramaque e sabia que ele percebe seus maus propósitos em relação a Clara.  Cassi enche-se de fúria e vinga-se de modo violento: se junta a um capanga e ambos assassinam Marramaque. Clara, logo desconfia do rapaz, mas o perdoa, pois ele diz que matou por amor a ela.

Clara na ingenuidade de sua idade e na falta de contato com o mundo, concluía que Cassi era um rapaz digno e podia bem amá-la sinceramente.

Malandro, mau caráter e perigoso, Cassi já havia se envolvido em problemas com a justiça antes, mas sempre fora acobertado pela sua família, especialmente sua mãe, que não queria que fosse preso.
Clara engravida e Cassi Jones desaparece. Ela pensa em morrer, abortar mas convencida pela vizinha, dona Margarida, vão procurar a família de Cassi e pedir “reparação do dano”. A mãe do rapaz humilha Clara, mostrando-se profundamente ofendida porque uma negra quer se casar com seu filho.

E, na cena final, ao relatar o que se passara na casa da família de Cassi Jones para a sua mãe, conclui, em desespero, como se falasse em nome dela e de todas as mulheres em iguais condições: “— Nós não somos nada nesta vida.”


Por
Maria Amelia Mello

“Marina” foi o segundo livro que li do autor Carlos Ruiz Zafon, o primeiro foi o conhecido best-seller “A Sombra do Vento”. Como “A Sombra do Vento” foi um livro que gostei muito e guardo com carinho alguns personagens, foi fácil me decidir a ler.
A semelhança entre os dois livros é bem visível, pois ele tem um estilo narrativo bem próprio. Os livros deste autor costumam ter uma história dentro de outra história e o legal é que as duas envolvem o leitor. Na narrativa, é bem marcante o ar poético e o clima de mistério e suspense.
Neste livro o mistério já começa na capa e contra-capa já que o autor conta bem pouco sobre a história, o suficiente apenas para aguçar a curiosidade do futuro leitor. Vou respeitar o autor e tentar não revelar muito.

A história se passa em Barcelona, final dos anos 70 e início dos 80. Óscar Drai é um jovem de 15 anos, aluno de um internato que tem uma vida bem tranqüila,  mas que gosta de se aventurar pela cidade. Em uma dessas andanças pela cidade ele conhece Marina, uma jovem de olhos cinzentos e respostas afiadas que mora em um casarão com seu pai em um bairro antigo.

À princípio você achará que o livro é apenas um romance juvenil envolvendo um jovem solitário e uma moça de personalidade forte. É isso, mas também é muito mais. À partir do momento que Marina pergunta a Óscar se ele gosta de mistérios, somos apresentados a uma história sombria, com investigações cheia de suspense e que nos apresenta personagens amedrontadores.

A trama do livro prende do começo ao fim e a leitura vai muito rápida.  Mesmo quem ainda não conhece o trabalho do autor, irá se deixar levar pela narrativa envolvente e não se arrependerá.
Apenas por curiosidade, em algumas partes do livro me peguei pensando que a qualquer momento algum personagem mais adulto iria soltar a famosa frase dos bandidos que são pegos pelo Scooby-Doo: “Se não fosse estes garotos e este cachorro intrometidos!”. Nossa, não levem a sério, isto é coisa da minha cabeça que assistia muito Scobby-Doo e lia a “Droga da Obediência” do Pedro Bandeira!

Outra coisa que achei muito interessante é que li que o autor considera este o seu livro preferido.


Por Sueli Couto
Carolina - Casimiro de Abreu livro 5

É uma história muito triste que envolve amor, paixão, traição, ódio, morte e finalmente perdão. Senti uma tristeza profunda ao ver como cada escolha pessoal afeta infinitamente a vida de outros, e o que era para ser uma linda história de amor acaba numa dolorosa tragédia.


A história começa com Augusto e Carolina, debaixo dum lindo caramanchão, se despedindo. Augusto precisa viajar e os dois trocam beijos, juras de amor e fazem  promessas de se reencontrar no mesmo lugar. No entanto, seis meses mais tarde, Carolina se envolve amorosamente com Fernando que a seduz e a abandona a própria sorte.

Augusto retorna e tem uma grande decepção ao ver que a família da sua amada se mudara sem saber que foi por causa da vergonha da gravidez de Carolina, que abandonou o lar.
Augusto, amargurado, parte para Lisboa, tentando retomar sua vida, e um dia passeando com seu amigo, Fernando, conta sobre seu amor perdido, ambos vão parar num meretrício onde Fernando, como meio de Augusto esquecer uma antiga paixão, o incentiva a passar a noite com uma prostituta esquecer sua dor e decepção.

O destino é cruel e quando Augusto e Fernando vão a um dos quartos se deparam com Carolina que conta para Augusto ter sido Fernando que se aproveitou de um momento de fraqueza dela lhe engravidando e a deixando-a sozinha, sem outra saída acabara se entregando a prostituição. Augusto com muito ódio entra numa luta corporal com Fernando e o mata fugindo em seguida.

No outro dia ele volta ao meretrício a procura de Carolina, mas ela já tinha fugido e lhe deixa uma carta onde pede perdão por ter traído Augusto e confessa ainda amá-lo muito.
Carolina acabou por não resistir tanto sofrimento e um mês depois gemia agonizante em Setúbal. Seu coração de mulher não resistiu a tantas comoções.  E na triste e solene hora do passamento junto a um padre, se arrepende, pede perdão, e antes de morrer pede que ele envie uma carta a seu amado. Nesta carta lamenta sua forma de agir, fala de seu amor, de sua morte e pede novamente seu perdão.

“ Adeus, Augusto: quando leres esta carta já estarei morta. Consola meu pai e minha mãe, se os vires. Não amaldiçoes a minha memória! Morro beijando o teu retrato, que levo comigo ao túmulo. Adeus! ora por mim!

Carolina

— Sim, sim, disse o mancebo, caindo de joelhos e juntando as mãos, eu oro por ti. Que Deus te perdoe como eu te perdoei.”


Resenha escrita por Carina de Brito ( Tema Nome Próprio/Fevereiro)

 Em defesa de Capitu

Difícil é falar de quem nunca nos dirigiu a palavra, de quem nem ouvimos o som da voz, ou mesmo de quem nem sabemos ao certo, se respira. É assim que me sinto por querer defender Capitu.   Bento Santiago, o nosso Bentinho, faz jus as qualidades de Capitu, contamos com altas definições do porque se apaixonou por esta moça. Contudo, foi ele, Bentinho, que nos contou e não Capitu que se mostrou ou argumentou ou defendeu a própria história. A falha para poder julgá-la é exatamente isso que acabo de vos falar, a narrativa é contada por quem vivenciou na pele o sofrimento de uma história de amor frustrada pelos ciúmes, orgulho e vaidade.

Como não iniciar falando dos olhos de cigana oblíqua e dissimulada? “Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. (…) Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca.” Capitu sem olhos, não é Capitu. E foram estes mesmo olhos que atraiu irrestivelmente Bentinho, e que matou Escobar.

Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadador da manhã.”

Escobar, melhor amigo de Bentinho, morreu afogado e foi seu amigo que organizou o velório e enterro. Mas como mencionei, foram os olhos de ressaca, o olhar de Capitolina que o matou, na verdade, para Bentinho. Seguem-se os vinte últimos capítulos, os 128 capítulos anteriores falam de alegrias e tristezas envolta do amor, todavia estes últimos está claro todo o ódio que há no coração de Bentinho pela traição de Capitu (traição esta nunca comprovada ou admitida pela mesma).

O filho, Ezequiel, seria a prova viva desta traição, pois sua semelhança ao defunto é tanta que o pai, Bentinho, não suporta vê-lo, tem repudio do próprio filho e coloca-o como peça principal de seus desgostos por Capitu. Manda-o para o internato, como se assim pudesse livrar todos os maus pensamentos e sentimentos.

Machado nos prega peças o tempo inteiro, cabe nós cairmos nelas ou não. Há um momento em que o pai de Sancha (amiga de Capitu, viúva de Escobar) traz o seguinte comentário ao Bentinho: “a mãe de Sancha não é parecidíssima com Capitu?” “na vida há dessas semelhanças assim esquisitas”. Ora, se pode assim, haver semelhanças, como a mãe de Sancha ser parecida com Capitu, porque não pode o filho de Bentinho ser dessas semelhanças esquisitas da vida?

Do amor ao ódio em pouquíssimos capítulos, e Capitu, sem chance de defesa, vai para o exterior com o filho. A morte dos dois lhe parece a solução, e depois de tantos anos desse rancor, tudo se esvai por entre os dedos de Bentinho, e o vazio da falta de seu único amor perdura.




                                                                                                                     Carina de Brito



Resenha escrita por Cáryda (Tema Nome Próprio/Fevereiro)

UBIRAJARA

(José de Alencar; 1874)
 
Este livro pertence á fase indianista de José de Alencar e conta a história de como se deu a formação da nação Ubirajara. Em toda a história o índio é caracterizado como herói e a prosa tem um ar épico.
O jovem caçador Jaguarê, índio da tribo Araguaia, sai em busca de um combate que o faça ser reconhecido como guerreiro. Em sua busca, ele encontra Pojucã, da nação Tocantins. Após uma longa e intensa luta, Jaguarê vence e leva Pojucã para a tribo como prova da vitória. Antes de encontrar um adversário, Jaguarê conhece Araci, formosa virgem Tocantins que se apaixona por ele embora o índio informe já possuir uma noiva.
 
A saga se desenvolve em torno do conflito que passa e existir quando Jaguarê é aclamado como bravo guerreiro Ubirajara (lanceiro) em sua tribo e resolve ir conquistar Araci através de duras provas. Inicialmente, Jaguarê é recebido como hóspede e quando perguntado como gostaria de ser chamado ele diz Jurandir (aquele que é trazido pela luz, referência ao nome de Araci). Quando passa em todos os testes para conquistar a virgem tocantim, Jaguarê revela sua verdadeira identidade e narra a luta com um guerreiro de outra tribo chamado Pojucã, dizendo que este, se encontra em sua tribo e vai ser sacrificado. Itaquê declara guerra á Jaguarê e toda sua nação, pois Pojucã é filho do mestre dos Tocantins.
 
O conflito se dissolve antes que as duas tribos entrem em conflito, tendo em vista que os Tocantins lutaram com os índios Tapuias e nessa batalha Itaquê fica cego e sem líder ,eles resolvem  declarar paz aos Araguias.
 
As duas nações se unem através do amor de Araci e Jaguarê e dá origem a nação Ubirajara.


Escrita por Cáryda (Tema Nome Próprio/Fevereiro)

BEL AMI
 (GUY DE MAUPASSANT, 1885. EDITORA ABRIL; GRANDES SUCESSOS;1991)

O romance de Guy de Maupassant narra a rápida ascensão de Georges Duroy em Paris. Inicialmente, Georges é mostrado como um rapaz pobre e belo, que passa os dias vendo o dinheiro do bolso se esvaindo. Sua vida toma um novo rumo quando, ao acaso, ele encontra um velho amigo, Charles Forestier. Charles lhe arranja emprego no jornal onde trabalha e ainda o insere em seu círculo social.

Traços como a preocupação com a aparência, o casamento e demais relações como meio de projeção social, o jogo político além do poder e controle exercido pela imprensa são encarnados no protagonista.

O sucesso com as mulheres é uma arma de Duroy para conseguir poder e prazer. Durante boa parte da narrativa ele mantém uma relação extraconjugal com a senhora De Marelle, que apesar de sofrer humilhações por parte do amante, como o fato dele lhe pedir dinheiro emprestado e surrá-la,continua apaixonada.

O casamento com Madeleine Forestier, viúva de Charles e redatora, consagra Georges como jornalista político no La Vie Française, o posterior matrimônio com Suzanne Walter o faz alcançar seu apogeu social e político, pois a partir deste momento ele passa a ter condições financeiras de galgar o cargo que tanto deseja: o de deputado.

As falcatruas envolvendo o jogo político e relações extraconjugais denunciam o caráter do protagonista, que faz de tudo para obter poder e em nenhum momento sente culpa.


Por Liliam Silva

Resenha: Cyrano de Bergerac foi escrito por Edmond Rostand e é uma peça. A tradução foi feita por Fábio M. Alberti, editora é a nova cultura.

Como peça teatral, o livro é composto por vários personagem que aparecem ou saem de cena de acordo com o Ato. O objetivo do livro é em contar um pouco da vida do espadachim e poeta Cyrano de Bergerac e o seu amor platônico pela prima.

Cyrano era um rapaz pobre e limitado no amor por acha-se feio, o seu nariz era muito grande e chamava atenção em todos os lugares que ia. Acredito que por Cyrano se sentir limitado no setor das conquistas amorosas acabou desenvolvendo habilidade, sensibilidade e criatividade nas questões ligadas a arte.

Como acreditava que o seu amor pela prima nunca seria correspondido por sua condição de feiura e pobreza, resolve se juntar a Cristiano, um rapaz belo e querido por todos, para juntos conquistarem Roxana: Cristiano através da aparência e Cyrano através da inteligência e o dom com as palavras. Segue trecho da combinação entre Cyrano e Cristiano.

“Terás para iludi-la inúmeros assuntos:

Dize: queres que nós a seduzamos juntos?

Queres sentir passar esta alma que te fala

De meu gibão grosseiro ao teu gibão de gala?”

 Dentre tantas manobras poéticas entre Cyrano e Cristiano para conquistar o coração de Roxana, Cyrano ajuda a concretizar o casamento de Cristiano e Roxana que não se consuma, pois logo após a cerimônia Cristiano vai diretamente para a tricheira de querra. Cyrano o acompanha com o intuito de cuidar do noivo para a prima e com a intenção, sem o conhecimento de Roxana, de mantém a correspondência amorosa entre os recém casados.

O enrredo da estória pode até ser engraçado, mas não tem um final feliz para Cyrano, pois apesar de Cristiano morrer na guerra, Cyrano não divulga nem o seu amor nem a farsa criada para conquistar Roxana, que triste pela perda do seu grande amor (aparência de um, palavras do outro) vai morar em um convento. Lá Cyrano a visita constantemente até a sua morte, Cyrano recebe   uma pancada na cabeça dias antes e mesmo assim, vai convalecendo visitar sua prima e seu grande amor, lá ele recita a última carta cujo remetente seria Cristiano, mas que o contéudo seriaescrito pelo próprio Cyrano.


Resenha escrita por Sueli Couto (Tema Nome Próprio/Fevereiro)

POLLYANNA - ELEANOR H. PORTER

Conheci Pollyanna através de um filme que assisti há muitos anos atrás e me encantei. Nesta época não tinha o hábito de ler, como agora e ao ter contato com o livro, imediatamente aproveitei a oportunidade de ler este clássico da literatura infantil, e fui lembrando cenas no filme, reacendendo a impressão de sentimentos de otimismo, amor, bondade e pureza que a personagem me passou naquela época. Regozijo em dose dupla: a leitura e a recordação de tão doce e ingênua idade.

 A história é sobre uma garotinha de onze anos, Poliana Whittier, que ao ficar órfã de pai e mãe, muda-se para casa de sua tia, Miss Polly,na pequena cidade Beldingsville. Miss Polly é uma mulher fria, que está apenas preocupada em cumprir com seu dever, que é cuidar de sua sobrinha.

A garotinha Pollyanna, faz amizade com todos da cidade e logo cativa as pessoas com a sua personalidade radiante, sua alma sincera, sua inocência, sua simpatia e uma alegria contagiante. Pollyanna transforma a vida daqueles que a conhecem e lhes ensina o “jogo do contente”, que modifica a forma de agir das pessoas, tornando-as mais felizes por encontrarem motivos para ficarem contentes até nos momentos mais difíceis. A concepção de Pollyanna é de que “Em tudo há alguma coisa de bom. A questão é descobrir onde está.” (p.29).

O “jogo do contente”, que ela faz questão de vivenciar e ensinar a todos , segundo a menina conta, foi ensinado por seu pai, para que ela aprendesse a sempre ver o lado positivo das coisas e a encontrar um motivo para ficar contente com qualquer acontecimento, pois, se as coisas podem não estar boas, poderiam ser piores, incutindo-lhe a idéia de que se deve dar valor ao que se tem, e,  não, a achar que a felicidade depende de ter tudo o que se deseja.

Com certeza esse livro é uma lição grandiosa de otimismo e quando o li me senti como se pudesse enfrentar tudo e todos com a mesma força de Pollyana e a lição que se abstrai é justamente no sentido de que é importante conhecer ou experimentar esse contentamento até com os dissabores da vida, pois sempre poderia se estar diante de uma experiência bem pior do que a vivenciada. É uma forma de ver a vida que não parece desarrazoada...

É um livro simples, cativante e apaixonante, que tem por ensinamento máximo, que o importante é estar bem e fazer os outros também se sentirem  bem.

Diante de tal obra, só posso indicá-la para todo tipo de leitor: crianças, jovens, adultos. Trata-se, a meu ver, de uma leitura indispensável para que aspira colher, nas páginas de um livro, mensagens de vida, de perseverança e de esperança.

Experimente ler o livro e praticar o jogo do contente! Faz um bem...


Resenha escrita por Andreia Morales (Tema fev/2012 - Nome Próprio)
Uma história assumidamente romântica.
O enredo do livro é simples, três homens, Cyrano, Cristian e o conde De Guiche interessam-se pela mesma mulher, Roxane, e tentam ganhar o coração dela, cada um a sua maneira. Cyrano ama-a profundamente, Christian está apaixonado por ela e De Guiche gosta dela mas, por ser um aristocrata, o quer quer mesmo é exibi-la na corte. 
Cyrano é um homem valente e um espadachim de raras habilidades,  era perdidamente apaixonado por sua prima Roxane, e tinha um nariz de o proporções consideráveis, o que o impedia de se declarar a sua amada. Mas através Cristian, a quem prometeu ajudar a conquistar Roxane, seu amor será revelado.



Tema: Nome Próprio
Mês: Fevereiro

Um pouco sobre o mim

Eu sou o (a): Nadiége Dourado Pauly-Silveira

Moro em (Cidade/Estado - UF): Franca-Araraquara/SP

Na net, você me encontra (Blog ou Site): Facebook
Neste mês, eu li:

Título: Pollyanna

Autor do livro: Eleanor H. Porter
Editora: Companhia Editora Nacional

Nº de páginas:181

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi...

A simplicidade da personagem Pollyanna, mostrada também ao longo de toda a história.

O livro é sobre uma menina que ficou órfã e foi morar com sua tia, a única pessoa que lhe restara na família. Pollyanna, com seu jeito meigo encantou a todos com seu famoso “Jogo do Contente”, que consiste em tirar bom proveito de tudo o que acontece na vida, e a enxergar o lado bom de tudo e de todos e quando a menina sofreu um atropelamento todos que a conheceram a ajudaram a ver o lado positivo daquela situação.
 

Eu escolhi este livro porque desde pequena minha mãe sempre me disse que eu tinha que olhar a vida como a Pollyanna, tentando tirar o que cada situação poderia me trazer de melhor. A frase da minha mãe era “Veja o lado Pollyanna da vida.” Ela havia me contado a história, mas eu ainda não tinha lido e achei a que esse seria o momento ideal.

A leitura foi emocionante. Aprendi muito e fiquei muito feliz que o desafio literário tenha me despertado para essa leitura, que há muito tempo pensei em ler, mas acabei me esquecendo. 

Sem dúvida eu gostaria de ser mais Pollyanna em minha vida, e quero procurar exercitar mais o “Jogo do Contente” em todas as situações. Espero não me esquecer disso e não deixar que pequenos problemas tomem conta de tudo e me impeça de enxergar que tudo pode ser visto por outro lado, com uma visão mais positiva e com isso mais produtiva.

Aprendi muito com essa leitura, por isso gostaria de destacar vários trechos dos quais não quero me esquecer.

“Quando a gente não está acostumada a uma coisa aprecia mais, não é?”

“O Jogo do contente...
...O jogo é encontrar em tudo qualquer coisa para ficar alegre, seja lá o que for...
...E quanto pior é o que acontece, tanto mais engraçado fica...
...Quando a gente quer uma coisa e encontra outra, esquece da primeira.”

“Em tudo há sempre uma coisa capaz de deixar a gente alegre; a questão é descobri-la.”

“Mrs. Snow que já estava com cinqüenta anos e quase todo esse tempo passara ocupada em desejar as coisas que não tinha de modo a nunca lhe sobrar ocasião para gozar as que possuía.”
“(Jimmy)_Mas é natural. As coisas que a gente não conhece são sempre mais bonitas do que as coisas que a gente conhece.”

“(Nancy)_Mas se há gente no mundo que não tenha jeito para o jogo do contente, são os namorados. Vivem brigando, vivem tristes e emburrados...”

“Um pai, certa vez, disse ao seu filho Tom, que se havia recusado a encher a caixa de lenha para sua mãe, pela manhã: ‘Tom, estou certo que você sentirá prazer em juntar um pouco de lenha para sua mãe’. Tom, sem dizer palavra, retirou-se e trouxe a lenha. Por quê? Justamente porque seu pai deu a entender de modo claro que esperava dele uma ação boa. Suponham que esse pai dissesse: ‘Tom, ouvi dizer que você se recusou a trazer lenha para sua mãe e estou envergonhadíssimo de semelhante procedimento. Vá já e encha a caixa’. Eu garanto que a caixa de lenha estaria sem nada dentro até agora”.
“O que as criaturas querem é encorajamento. Em vez de censurar constantemente os defeitos dum homem, falai às suas virtudes. Procurai tirá-lo da senda dos maus hábitos. Sustentai, fortificai o melhor do seu eu, a parte boa que não ousou ou não pôde ainda manifestar-se. A influência dum belo caráter é contagiosa, e pode revolucionar uma vida inteira... As criaturas irradiam o que trazem no cérebro e nos corações. Se um homem se mostra gentil e serviçal, os seus vizinhos pagarão na mesma moeda e com juros... Quem procura o mau, esperando encontrá-lo, certo que o encontra. Mas quando alguém procura o bom, certo de encontrá-lo, encontra o bom... Dize ao teu filho Tom que sabes que ele ficará contente de encher a caixa de lenha para sua boa mãe e veja como Tom parte satisfeito e interessado no serviço”.

“Em todas as coisas há sempre alguma que ainda podia ser pior”. 

A nota que eu dou para o livro:
        
5 – Adorei o livro, e eu já imaginava que iria gostar, afinal cresci ouvindo para me comportar como a Pollyanna, e acho que mesmo lendo só agora acho que sempre tive um pouco de Pollyanna em mim, com relação a tudo. Sempre espero o melhor!!! Espero que isso nunca mude!!!